Assisti o alvorescer.
Um lençol de luz me cobriu a pele, prostei-me em reverência, fiz orações e entoei mantras íntimos.
Escrevi na areia escura versos de memória e sensatez.
A saudade seria sacrificada nas águas cor de chá.
Alimentei-me de pequenos crustáceos, todos crus; e me era ilário as cócegas das patas vivas em minha lingua, uma mistura de agonia e graça.
Vi pássaros pantaneiros cruzarem o céu, revoadas inteiras. Seus cantos me saldavam a gloria da criação.
Como era agradável estar ali sentado,
minha respiração estava calma e meu lingan rijo,
tudo em mim se aquecia,
um fogo de renovação, prazer e estado meditativo.
Sentia-me pleno, uno com o todo,
excitei-me com essa branda luz e agradavel calor.
Mudra
Mahamudra
meu corpo vibrando,
e quem me tocava era o universo.
Gozei a lava que recheia o interior de todas as estrelas do cosmo.
Deitei-me,
afundado na lama densa.
2 comentários:
intenso, senti e ainda reverbera...
"da lama ao Caos do caos a lama" Um miserê...
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