segunda-feira, 19 de outubro de 2009

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Pausa




Creio Hoje


Que ha momentos na vida

Onde tudo retorna


Tudo aquilo que foi um dia

Bate de novo a sua porta


E fica tudo muito estranho

pois a vontade era a continuar em frente

e seguir com os planos


Mas ai os astros bailam lá fora

e

Tudo muda...


A gente não se reconhece

Não reconhece o mundo

Não reconhece o outro


Busca-se amar

Amar imensamente

Intensamente

Evoluir através do imenso desafio

de além de sobreviver, enfrentar os medos, transcender os erros,

Conviver com o feio...


Mas além de nós

Existem os outros

Olhos que pululam sem parar

e de suas cavernas escuras

lançam mais que olhares

Lançam suas impiedosas setas

Cheias de veneno e soberba


Conhecem meu coração?

Não!

Definitivamente não.


Ninguém se conhece

ninguém jamais conheceu ninguém


Que nosso maior amado

Tome de assalto esse mundo de gente

Que não ouve,

Que não enxerga

Que não perdoa

Que não luta, que não tenta

Que não tenta mais uma vez, e outras mais,

mesmo além de algum alheio malfadado "não".


Eis aqui teu Heroi maldito.

teu sol eclipsado,
Tua supernova.




quinta-feira, 2 de abril de 2009

Amizade

Amali e Tsuru passaram a noite em conversas inebriantes, além da carne seca e dos pães, Amali trouxe também a erva sagrada, e os dois se colocaram em sintonia com as estrelas.

Adormeceram, e antes mesmo do dia radiar tomaram um hilariante susto ao ouvir o galopar ao longe, eram os amigos de Amali sob dois lindos cavalos, um negro como a noite e o outro pardo como a terra. Apresentaram-se:

- Ghegaram Tsuru!
Vamos, anime-se! - Gritou Amali ao ver seus companheiros chegando.

Com a aproximação dos dosi cavalos, Amali os salda com gestos estranhos à cultura de Tsuru e logo os apresenta:

- Esse é Hulthar, guardião dos cercados, cuidas de nossas plantações e também orienta na lida com o gado.

- E Este é Shantak, grande guerreiro, um mestre das armas à distância, dardos, lanças, adagas, tuso isso é especialidade dele, muito astuto o Shantak, e este aqui é o sonho que nosso shaman viu, Tsuru, guerreiro como nós, branco como a lua...

- Muito grato em conhece-lo Tsuru, viemos resgata-los e retornar para Condado de Bahar, lá todos nos esperam com boas recepções.

- Agradeço profundamente, em salvando-me a vida, devo agora devoção e como servo coloco-me dos três, estando eu em compromisso honroso de não permitir que as vossas vidas corram perigo algum.

Acalme-se Tsuru, você precisa se alimentar e cuidar dessa perna, coisa que faremos melhor ao tomarmos o caminho de volta pela manhã .

Vamos agora nos alimentar, dencansar, e nos preparar para a caminhada de volta, pouco depois do raiar do sol.

Deite Tsuru, trouxemos ervas especiais que aliviarão sua dor. - Desse Hulthar do cavalo e dentre as sacolas que trouxe, retira uns ramos de folhas.

_ Perai, não! Chega de erva, já estou viajei demais por essa madrugada!

Rsrsrsrs!!! hauahuahuahua!!! – Todos riem e acalmam Tsuru ao dizer-lhe que eram ervas para colocar na perna e não na mente.

Um momento agradável.

Um momento amigo.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A resposta


Após quase dois sois e uma lua tentando novas formas de transcender o corpo, Tsuru é acordado por um ser de vestes cor de sangue, a pele como a própria noite e uma flecha a apertar sua garganta.


- Quem é você?


- Ahhrr!! O que é isso, de onde você veio? Grita Tsuru.


- Eu sou Amali, e fui enviado para encontrar e resgatar você.


_ Por favor, tire essa flecha de meu pescoço e lhe responderei o que quiser.


O ser recém chegado afasta a flecha afiada da garganta de Tsuru, que já estava a lhe provocando um corte.


- Eu sou Tsuru, guerreiro da Condado de Bahar ao Sul do Rio Palás, estou em missão.


- Que missão?


- Não posso lhe revelar no momento, mas vim em paz. Como sabia que eu estava aqui?


- Sou de uma tribo nômade a dois dias e meio daqui, somos o povo kamula e o xamã da tribo disse ter visto você em sonho, e que estaria machucado e precisando de ajuda.


_ Sim, funcionou, funcionou mesmo, achei que meus exercícios meditativos estavam errados.

Obrigado Saguian, mais uma prova de seu poder, mais um motivo para minha eterna devoção.


- Quem é Saguian? Pergunta o ser negro e distintamente belo em seu estado; pescoço circundado por colares e na cabeça guirlandas que pareciam ornadas com pedras e contas.


- Saguian é o todo criador do Universo, o desenhador do céu e da Terra. A força que surgiu do que não era visto, e construiu tudo o que ai existe, inclusive eu e você.


- Muito bem, bom saber disso, bom saber que crê em algo além de você mesmo, eu já ouvi falar do reino de onde vêm, e nem sempre obtive boas informações.


- O que sabe sobre nós? Intrigado, tsuru senta-se e olha profundamente os olhos de Amali.


- Seu reino é dos seres vaidosos, de acumulação de coisas, cultuam coisas que brilham e constroem além do que necessitam, seu povo não conhece a pobreza, julgam-se nobres por hábitos que me parecem fúteis e passageiros.

- Não sabia que nos viam assim por ai. – Tsuru baixa a cabeça e parece acometido de uma singular surpresa, que o conduz a um suspiro profundo e um breve silêncio, que é interrompido de pronto por Amali.


- Vamos, não podemos perder tempo, sua missão seja lá qual for, será interrompida por agora, valerá então a minha, a de te levar até a vila e te apresentar nosso xamã, ele deseja te recepcionar o mais breve possível.

- Eu quebrei a perna, não posso andar grandes distâncias.


- Não precisará andar grandes distâncias.


Amali traz nas costas uma sacola, dela ratira pequena uma gaiola, nela um passarinho espevitado se Põe a trinar ao banhar-se de luz do sol.


- Este é meu priutí, meu pequeno pássaro amigo, ele conhece o caminho de casa, avisará aos outros, que você não é mais um sopro num sonho, é real. Trarão cavalos e comida forte, trouxe aqui apenas pão e pedaços de carne seca. Não demorarão a chegar, amanhã a essa mesma hora estarão aqui, fique tranqüilo, vai ficar tudo bem.

Tsuru ouviu essa frase como uma musica entoada pela flauta de uma fada.


Amali senta-se retira os pães e a carne seca da sacola e os dois se alimentam, colocam-se a conversar enquanto apreciam a partida do pequeno priuti agora liberto da gaiola.


Dois homes nas asas de um pássaro, a resposta cabia na palma da mão.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Um longo abraço

Nada aconteceu,Tsuru havia passado horas em estado meditativo, acreditara ele poder pela primeira vez, recordar dos exercícios que o clã dos yogues tão exaustivamente tentou lhe ensinar , sobre como dominar a mente e usar o corpo etério para viagens astrais, mas nada aconteceu, o que teria saído errado?

Não consegui!
Tanto tempo aqui nessa posição e nada, não consegui visualizar nada, absolutamente nada, o que estou errando? Lembro que os yogues falavam sobre silenciar o diálogo interno. Segundo eles nossa mente é dominada por um conflito de desejos, medos, anseios, todo tipo de coisa que nos tira a integridade, e a integridade é estarmos realmente vivenciando o agora, e vivenciar o agora é estar pleno de paz e convicto de que não precisamos temer nada, pois atraímos aquilo que transmitimos, transmitindo o que for positivo, receberemos única e somente positividade. Mas porque não consegui ver algo?

Conceitrei-me em minha respiração, meditar, como o próprio significado da palavra ,“medi” quer dizer meio, estar no meio, “t” quer dizer tempo, e ação é exatamente isso, a ação da não ação, meditar e concentrar-se apenas na respiração, quanto mais tranquila mantivermos a nossa respiração mais tranquila mantemos a nossa mente, ao fazê-lo estaremos a obter um maior relaxamento físico, uma maior clareza visual, a aumentar a sensibilidade do corpo, a diminuir as sensações de medo e ansiedade, ajuda indispensável para um exercício meditativo.

Eu sentia que estava bem, que mesmo tento sido abatido pela ansiedade e desespero por estar aqui só e com meu coração tomado de medo, recobrei a coragem e a lembrança do que realmente sou, sou um guerreiro, e não passa pela minha vida desistir de nada.

Mesmo intrigado, Tsuru sabia que era a primeira vez que tentava com tanta intensidade esse exercício, na vila apenas o utilizava alguns minutos antes de dormir para relaxar o corpo e ter um bom descanso, nada comparado a seu objetivo de sair do corpo e viajar etericamente. Tsuru não se deixou abater, desfez a posição de lótus, aproximou-se de uma poça, bebeu um pouco d´água e deitou-se, estava perto de amanhecer, olhando aquele espetáculo Tsuru imaginava o que gostaria de encontrar em sua viagem, tantas coisas vinham a sua mente, coisas passadas, pessoas, lugares já conhecidos, ele percebeu que não conseguia realmente criar uma imagem do que gostaria de encontrar, mas pecebeu algo de seu intimo desejo, Tsuru gostaria de compartilhar um longo abraço, um longo abraço apenas.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Uma viagem astral

Anoiteceu, Tsuru prostou-se em reverência às estrelas, erguendo os olhos se posicionou de acordo às coordenadas fornecidas por estrelas distantes, e indubitavelmente inexistentes...
Certo, estou posicionado com as costas para o sul, e minha fronte para o norte, ótimo, sinto-me bem, meu corpo esta relaxado e não sinto mais tanta dor em minha perna, meu estado meditativo deve ser maior que qualquer dor, qualquer perturbação exterior ou de meus próprios pensamentos, serei maior que qualquer duvida, serei apenas certezas, uno com o todo.
Com o dedo indicador, Tsuru risca um circulo completo em torno de si mesmo, era o seu círculo mágico, seu ponto de convergência, de onde tudo parte, para onde tudo converge, era algo simples, ele ali e um circulo na areia, mas era assim mesmo a representação geométrica da força elementar e geradora de todas as coisas, vistas e não vistas. O círculo expressa a totalidade do universo e da alma humana. O centro é o espaço de Deus ou o âmago de nossa mente, um yantra, uma imagem que serve como guia para a contemplação e a iluminação, um portal para outros espeços, outras dimensões.


Pai Saguian, diretor das leis que regem o universo, guie-me nessa minha viagem, viagem que inicio agora não com minhas pernas, e sim, nos tapetes quânticos e dimensionais de sua indescritível criação, para que eu possa continuar minha busca e enfim completar minha missão, preciso que me leve ao sopro humano mais próximo daqui, creio com toda a força de meu coração que poderei conduzir meu self superior à outras pairagens, e descobrir exatamente onde estou, guie-me Saguian, sou forte em seu poder!

Eis um momento singular, viajar, sem tirar os pés do chão.
Um guerreiro nunca desiste, mesmo que falhe, mesmo que sofra, mesmo que todas as condições fundamentais para manutenção de suas forças, sua estrutura humana e mesmo sua própria vida não pareçam possuir mais sustentação, ele crê no uqe esta dentro de si, naquilo que lhe diz continua mente:


Tente outra vez!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Transcender

Muito bem, levantar-se, EU SAIREI DAQUI!! E CHEGAREI AO MEU OBJETIVO!! – Tsuru grita em alto brado.

Ok, preciso antes de mais nada concentra-me, as coisas aqui fora são e serão exatamente o que eu sinto e penso em minha mente, estou perdido, mas sei para onde estão indo, este destino existe e portanto já existe também meu caminho até ele, preciso agora construir a ponte até isso, e ela precisa ser construída antes em meus pensamentos, já dizia uma antiga civilização, que a maior distância do universo vai do coração à mente, sábio pensamento.
O sol já esta se pondo, poderei ao menos ver o Cruzeiro do Sul e determinar minha posição. Sei que devo seguir o leste para encontrar o ferreiro, mas agora preciso descobrir se existe algum sinal de vida aqui por perto, deve haver, sem dúvida haverá.

Com um pedaço do couro de sua calça já em trapos, tsuru colhe pequenas piabas nas poças d´agua, alimenta-se delas e assiste ao pôr do sol em posição de lótus, que lhe traz dor, mas ele estaria ali sem duvida, preparando seu ritual de transcendência da dor, do medo e do do próprio especo físico e ermo em que se encontrava.
Momento de silenciar, de resistir ao dialogo interno que tanto prejudica a integridade de nossos pensamentos e a conservação de nossa real natureza, filhos da luz, perfeitos, inegavelmente capazes de tudo.


E tsuru sabia disso, ia agora colocar em prática.


Silênciio, absorver os últimos raios solares.

O Deus sol se despede.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

iluminado


Tsuru apenas caminhava, lentamente, arrastando-se e por muitas vezes caindo.
O horizonte não mostrava outra paisagem a não ser terrenos alagados, montes distantes e árvores se poucas folhas.


Merda!Não chegarei a lugar nenhum, nem sei em que posição devo estar, não tenho mais a menor paciência para pensar em construir nada! E essa perna, ai! Droga!! Quantas vezes mais cairei, estou cansado pai Saguian, não posso mais continuar, é uma busca sem direção, estou perdido, desirtirei!

Tsuru caído ao chão ao lado de sua muletas, ofegante e cansado, entrega-se a pensamentos de uma infinitude incomensurável, sua angustia caso fosse um grito, certamente poderia ser ouvido em sua vila, talvez assim alguém pudesse vir socorre-lo, ele desejava isso, que algo acontecesse, que alguém aparecesse, mas ele ali caído, parecia ser o único acontecimento entre tudo que o rodeava.

Porque fiz essa escolha? Nunca deveria ter saído de meu reino, morrerei aqui só e minha família sequer saberá disso, segundo as regras das travessias, não é permitido buscas de guerreiros que demoram a retornar, isso poderia custar vidas preciosas, tanto quanto a de quem resolveu iniciar sua busca. A minha era encontrar o ferreiro e forjar minha espada, mas isso agora me parece algo tão distante que mal posso conceber a importância disso agora.

Olhando para o céu anil e de poucas nuvens, seu corpo é banhado pelo sol braseiro, isso o descansa, tudo estava absolutamente parado, estático, sem nenhum som, até que, uma borboleta assenta-se na ponta do nariz de Tsuru, isso o intriga, isso o iluminaria.
Após algumas batidas de suas asas amarelas como a carne maciça de uma deliciosa manga, fruta ao qual nosso guerreiro tanto aprecia,aquele ser tão delicado e belo, parte sem aviso, tsuru voltou a lembrar de seu avô Shalman, e imediatamente lhe veio à mente um conto zen, curtinho, vindo das terras do oriente, e de grande sabedoria nele contida. Seu avô lhe havia narrado esse conto numa das preciosas noites frias da vila em torno da fogueira, era o conto da borboleta, assim ele ouviu dos lábios finos de seu avô Shalman:

Certa vez o mestre taoísta Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta, voando alegremente aqui e ali. No sonho ele não tinha mais a mínima consciência de sua individualidade como pessoa. Ele era realmente uma borboleta. Repentinamente, ele acordou e descobriu-se deitado ali, um pessoa novamente.Mas então ele pensou para si mesmo:“Fui antes um homem que sonhava ser uma borboleta, ou sou agora uma borboleta que sonha em ser um homem?”

Tsuru alegrou-se naquele instante, ouviu esse conto ainda em sua tenra idade, quando ainda lhe afiguravam as coisas de menino, era agora um homem, iluminado pelo sol e pelo toque da borboleta, que o remeteu a algo que ele nunca havia compreendido direito, aquele conto para ele tinha apenas uma beleza singela e singular, sua simplicidade o alegrava, e ele agora o compreendera.


Aquele ser o havia iluminado.