sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Um longo abraço

Nada aconteceu,Tsuru havia passado horas em estado meditativo, acreditara ele poder pela primeira vez, recordar dos exercícios que o clã dos yogues tão exaustivamente tentou lhe ensinar , sobre como dominar a mente e usar o corpo etério para viagens astrais, mas nada aconteceu, o que teria saído errado?

Não consegui!
Tanto tempo aqui nessa posição e nada, não consegui visualizar nada, absolutamente nada, o que estou errando? Lembro que os yogues falavam sobre silenciar o diálogo interno. Segundo eles nossa mente é dominada por um conflito de desejos, medos, anseios, todo tipo de coisa que nos tira a integridade, e a integridade é estarmos realmente vivenciando o agora, e vivenciar o agora é estar pleno de paz e convicto de que não precisamos temer nada, pois atraímos aquilo que transmitimos, transmitindo o que for positivo, receberemos única e somente positividade. Mas porque não consegui ver algo?

Conceitrei-me em minha respiração, meditar, como o próprio significado da palavra ,“medi” quer dizer meio, estar no meio, “t” quer dizer tempo, e ação é exatamente isso, a ação da não ação, meditar e concentrar-se apenas na respiração, quanto mais tranquila mantivermos a nossa respiração mais tranquila mantemos a nossa mente, ao fazê-lo estaremos a obter um maior relaxamento físico, uma maior clareza visual, a aumentar a sensibilidade do corpo, a diminuir as sensações de medo e ansiedade, ajuda indispensável para um exercício meditativo.

Eu sentia que estava bem, que mesmo tento sido abatido pela ansiedade e desespero por estar aqui só e com meu coração tomado de medo, recobrei a coragem e a lembrança do que realmente sou, sou um guerreiro, e não passa pela minha vida desistir de nada.

Mesmo intrigado, Tsuru sabia que era a primeira vez que tentava com tanta intensidade esse exercício, na vila apenas o utilizava alguns minutos antes de dormir para relaxar o corpo e ter um bom descanso, nada comparado a seu objetivo de sair do corpo e viajar etericamente. Tsuru não se deixou abater, desfez a posição de lótus, aproximou-se de uma poça, bebeu um pouco d´água e deitou-se, estava perto de amanhecer, olhando aquele espetáculo Tsuru imaginava o que gostaria de encontrar em sua viagem, tantas coisas vinham a sua mente, coisas passadas, pessoas, lugares já conhecidos, ele percebeu que não conseguia realmente criar uma imagem do que gostaria de encontrar, mas pecebeu algo de seu intimo desejo, Tsuru gostaria de compartilhar um longo abraço, um longo abraço apenas.

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